segunda-feira, 31 de março de 2008

Professores anunciam regresso aos protestos

Plataforma sindical entregou 20 mil assinaturas no ministério.
Professores anunciam regresso aos protestos após entrega de abaixo-assinado a contestar processo de avaliação.
A Plataforma que reúne os sindicatos dos professores entregou hoje no Ministério da Educação um abaixo-assinado com 20 mil assinaturas a exigir a suspensão do processo de avaliação até final do ano lectivo. Após a entrega do documento, a Plataforma anunciou novos protestos em Abril e Maio.
Em conferência de imprensa, no primeiro dia de aulas do terceiro período, a Plataforma anunciou ainda que a partir de agora os sindicatos apenas aceitam discutir e negociar com o Ministério da Educação em mesa única.
A plataforma confirmou também que a 14, 21, 28 de Abril e 5 de Maio, em todas as capitais de distrito do Norte, Centro e Sul terão lugar, no final do dia, protestos de professores. Para 17 de Maio, um sábado, os professores marcaram ainda manifestações simultâneas em quatro pontos do país.
"Os professores voltam à rua em manifestações por regiões", disse Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), na conferência de imprensa. Antes, a 15 de Abril, a Plataforma celebrará o dia "D", um dia de debate nacional.
"Não vai ser uma paralisação de uma hora, vão ser plenários de uma manhã inteira [nas escolas] ao abrigo da lei sindical para fazer um ponto de situação com os professores, situação na sua própria escola e principalmente como é que se vai continuar a luta", adiantou Mário Nogueira, indicando que caberá aos docentes decidir "como se vai continuar a luta e se vai ou não haver outra greve ou manifestação". Segundo o sindicalista, "a haver greve será no final de Maio ou Junho".
Para inverter esta situação, Mário Nogueira defendeu que é preciso que o Ministério da Educação suspenda imediatamente a avaliação de desempenho dos professores e que o próximo ano lectivo seja para experimentar do processo e correcção de problemas que forem detectados, com o envolvimento dos sindicatos. É também necessário que não sejam aplicadas as regras do novo diploma de gestão das escolas, que ainda não saiu em Diário da República, mas, segundo o secretário-geral da Fenprof, "o Ministério da Educação está já a fazer reuniões para indicar aos conselhos directivos das escolas como deverão fazer para implementar este diploma", como aconteceu recentemente numa escola em Viseu.
Para que os professores abandonem os protestos é ainda necessário que todos os docentes tenham "nove horas do seu horário destinadas à componente individual de trabalho", afirmou.
A Plataforma decidiu ainda pedir hoje ao procurador-geral da República uma audiência para abordar o tema da indisciplina nas escolas, na qual se disponibilizará para revelar casos de agressão a professores que cheguem ao conhecimento dos sindicatos para serem eventualmente investigados.
"A indisciplina não é um fenómeno novo, mas infelizmente tem vindo a crescer nos últimos tempos e a isso não é alheia a forma como os professores têm sido tratados", afirmou Mário Nogueira, atribuindo ao Ministério da Educação responsabilidades "morais e políticas na degradação da imagem dos professores".
Fonte: Lusa

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